Entrevista Plástico Moderno / Mercado resinas 2020

segunda-feira, 2 de março de 2020 08:10

Entrevista Plástico Moderno / Mercado resinas 2020

Porta-voz: Murilo Feltran, gerente de marketing e produto de Materiais de Performance da BASF. 


1. Quais as perspectivas para o desempenho, em 2020, do mercado brasileiro das resinas produzidas pela BASF: deve ou não crescer o consumo, quanto deve ou não crescer? 

Com a retomada do crescimento do mercado automotivo e em outros segmentos industriais (tais como eletroeletrônicos e bens de consumo), as vendas de resinas de plástico de engenharia Ultramid® (poliamidas), Ultradur® (PBT) e Ultraform® (poliacetal) devem crescer em 2020 frente a 2019. No mercado de sistemas de poliuretano, além do mercado automotivo, os segmentos de construção civil e bens de consumo também ajudam a aumentar as vendas de 2020 em relação a 2019. 


2. Quais fatores podem fortalecer ou refrear essas perspectivas? 

Crescimento dos mercados automotivo em 2020 (melhor que 2019, segundo a Anfavea), retomada do crescimento da construção civil e crescimento do PIB em 2020 acima do ocorrido em 2019 devem puxar os diversos segmentos em que os plásticos de engenharia e os sistemas de poliuretano atuam. 


3.Em 2020, quais dessas resinas devem apresentar maior expansão e/ou maior redução em seu consumo? 

Como nos mercados dos plásticos de engenharia o segmento mais expressivo é o automotivo, os mercados de Ultramid® (poliamidas), Ultradur® (PBT) e Ultraform® (poliacetal) tendem a apresentar mais expansão que os demais mercados de resinas termoplásticas, cujos crescimentos deverão ser mais orgânicos, acompanhando o crescimento do PIB brasileiro. 


4. E quais mercados mais expandirão ou reduzirão o consumo dessas resinas do portfólio da BASF? 

A BASF aposta que o crescimento nos mercados que atua (plásticos de engenharia e sistemas de poliuretano) será maior que o que crescimento do mercado brasileiro. 

 

5. O câmbio, além de outros fatores – como a expansão da capacidade mundial de produção -, devem no próximo ano gerar alterações na atual dinâmica de exportação e importação dessas resinas? 

O câmbio obviamente pode afetar o preço final dos plásticos de engenharia e sistemas de poliuretano, pois tanto os produtos finais quanto as matérias-primas principais são baseados e preços em dólar: o principal efeito, no entanto, está na competição com outros materiais alternativos nos mercados finais face as exigências de cada mercado. 

Aqui cabem dois exemplos interessantes: no mercado de telhas e painéis isotérmicos, devido a nova norma de Reação ao Fogo na Construção Civil (NBR 16.626 – Classificação da Reação ao Fogo de Materiais de Construção) que entrou em vigor no final de 2017, promoveu uma mudança bastante grande dos núcleos isolantes dos painéis e telhas de EPS e PUR (poliuretano) para o PIR (poli-isocianurato) devido ao comportamento ao fogo destes materiais. Já no mercado de fibra ótica, com o crescimento da infraestrutura de TV a cabo e internet, o mercado de maior crescimento em PBT é o de revestimento de cabos de fibra ótica: como se trata de um mercado de exigências técnicas elevadas (tais como elevada resistência mecânica e resistência química), a BASF dispõe de um grade especial de Ultradur® para esta aplicação. 


6. E neste ano de 2019, qual foi o desempenho do mercado brasileiro dessas resinas: cresceu ou não o consumo, quanto cresceu ou não, por que cresceu ou não cresceu? 

Em relação a 2018, os volumes de 2019 apresentaram as vendas de sistemas de poliuretano e plásticos de engenharia apresentaram um crescimento variando entre 3% e 5%, apesar das condições complicadas de 2019, tais como oscilações de câmbio e maior oferta de produtos internacionais no Brasil, principalmente devido a disputa comercial entre EUA e China. Foi um ano em que o desempenho da equipe de vendas da BASF foi diferencial: o dia a dia com os clientes e os diversos desenvolvimentos de novos clientes e aplicações fez a diferença no final dia.  


7. É possível apontar tendências no consumo e uso dessas resinas: por exemplo, determinada resina ganhará mais aplicações, ganhará ou perderá espaço em tal mercado, haverá maior uso de reciclados de tal resina? 

Entre as tendências que se apresentam em 2020, algumas se acentuarão e algumas vieram para ficar: 

  1. Redução de peso e aumento de eficiência energética dos veículos, levando a maior substituição de metais por plásticos de engenharia no mercado automotivo; 

  1. Aumento dos requisitos de segurança ao fogo nas edificações, aumentando a substituição do EPS (poliestireno expansível) e PUR (poliuretano) pelo PIR (poli-isocianurato) nos núcleos isolantes térmicos dos painéis e telhas; 

  1. Aumento do conteúdo de material reciclado (quimicamente ou mecanicamente) nas matérias-primas: durante a feira K, a BASF expos alguns exemplos de produtos feitos com o uso de matéria-prima proveniente da reciclagem química (processo ChemcyclingTM), como no caso do suporte de front-end da Jaguar Land Rover desenvolvido em Ultramid® B3WG6 Ccycled (PA 6 reciclada quimicamente com 30% de fibra de vidro). 

  1. Aumento do uso de materiais compostáveis em aplicações de baixo shelf-life, tais como sacolas e embalagens flexíveis produzidas com a linha de produtos biodegradáveis e compostáveis ecovio®. No Uruguai, por exemplo, a mudança da legislação de uso e descarte de sacolas de supermercado abriu um espaço muito interessante para as sacolas biodegradáveis e compostáveis ecovio®.  

 
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